Temos uma estreia no post de hoje. Um novo autor mostra o seu trabalho inédito com poesia e um poema sem título. Muita novidade, né? 😀
Vocês já devem ter visto o nome dele por aí. Talvez não o de batismo que é Fabricio Requia Parzianello. Já o pseudônimo Bício encabeça vários quadrinhos produzidos por aqui, inclusive as tiras dos personagens Mano & Véio, veiculadas no Jornal A Razão. Não só quadrinhos estão no currículo do moço, mas exposições, oficinas, cineclubes e muitas publicações, como os livros de cartuns: the Formosos (2009) e Bobonecos (2011). Desde 2001, Bício é cartunista e membro da Quadrinhos S.A. Núcleo de Quadrinhistas de Santa Maria. Ele também já teve seu trabalho “Fome Zero” selecionado para o Salão Universitário de Humor de Piracicaba. Fora isso tudo, Bício se dedica à profissão de arquiteto e urbanista.
Bício contou que o seu trabalho com poesia é inédito, apesar de estar em maturação há algum tempo. A CV está muito feliz em apresentar para o mundo os seus versos. Ele disse: “Neste campo, faço poemas carregados de significado e ideias, com leitura limpa, buscando força e beleza estética, no sentido de surpreender e emocionar”. Confira abaixo e boa leitura.
Contatos do autor:
E-mail: fabriciorequia@yahoo.com.br | www.quemteperguntou.blogspot.com | www.biciocartunista.blogspot.com | www.poemasdacidade.blogspt.com

a sombra chega cedo no vale dos prédios
o céu é encoberto por nuvens de pedra
O labirinto é um xadrez
e comprime o céu contra a fumaça
e se mistura a este
o labirinto da sua batalha
às vezes orgânico
qualquer refúgio nos foge
não há escape nem abrigo
por entre muros dinâmicos
não se sabe pra onde vamos
e talvez não seja preciso
sei que aqui a solidão
ela se esconde pelos cantos
o labirinto do seu dia-a-dia
sem sabor que não te engana
seu caminho de noite-e-dia
de semana e fim-de-semana
(Não é esta sua vidinha?
sempre igual e diferente
quase como a minha
que não ousa nem pretende)
A calçada da cidade é o fundo do tédio
a origem e um fundo de mar
Se te salvaria desta prévia perda
beber arte ou paixão
(fosse um instante)
amar ou odiar
não sabemos e não há bebida ou remédio
Quem sabe a realidade não é boa e uma tragédia?
…nos lugares onde as nuvens são de pedra!
pedras retas artificiais
belas nuvens
sem vertigem
elas não se movem
(alugam-se imóveis)
que não flutuam que não chovem!
(desordem e ordem)
que não pululam ou se dissolvem
prévia perda perdida em alguma hora que se foi
antes desta cidade
Quem sabe a realidade não é uma boa e não é mesmo
…e não é mesmo só uma tragédia?
…nas aldeias onde as nuvens são pedras…